28 julho, 2010

Sobre Evangelismo - Céu e Inferno


Leia e releia até entender... e concorde se achar que deve...




Céu e Inferno...



Como se vê, o resultado da adoção do discurso de céu e inferno é precisamente o oposto daquele que, acabamos de ver, ocasionou a distribuição do espírito subversivo de Pentecostes. Em Atos a boa nova é a transformação do mundo; no discurso de céu e inferno a boa nova é que este mundo não precisa ser transformado. Em Atos a boa nova origina uma comunidade não-condicionada que representará constante ameaça ao estado de coisas, estando destinada a “virar o mundo de cabeça para baixo”; no discurso de céu e inferno, a boa nova é usada para legitimar e sustentar um estado condicionado de coisas, seqüestrando o apelo universal da imagem de Jesus enquanto garante que os efeitos de sua popularidade se mantenham sob controle.



Não é de estranhar, portanto, que no livro de Atos céu e inferno permaneçam à margem do discurso da comunidade do reino, porque seus membros tomam por absolutamente central manter vivo neles mesmos o caráter não-condicionado de seu mestre. Permanecerão uma comunidade viva, no sentido em que estarão inteiramente mergulhados na solução das questões sempre cambiantes desta vida. Nada que possa ser usado como ferramenta de dominação fará parte do seu vocabulário ideológico, porque a boa nova deverá permanecer libertadora em todos os sentidos.



Foi precisamente dessa forma que os romeiros de Pentecostes entenderam a sua vocação; não como a certeza da vida eterna no céu, mas como a certeza da urgência dos desafios desta terra. Sua conversão não estava fundamentada na esperança do paraíso, que pelo que sabemos não foi nem sequer mencionado (no livro de atos). Quem investe todo o conteúdo da sua fé na garantia de uma felicidade futura age como quem não tem pressa, e a postura dos revolucionários do reino é de absoluta urgência. Por isso despojam-se radicalmente de todo embaraço, por isso estão sempre juntos, por isso prestam contínua assistência uns aos outros e a todos que estão chegando: o céu pode esperar, mas a cura deste mundo exige atenção imediata.



(Fragmentos de um texto retirado do Bacia das Almas)

23 julho, 2010

Deus no Trabalho


O calendário do Céu tem sete domingos por semana. Deus santifica cada dia. Ele realiza seu santo trabalho em todas as horas e em todos os lugares. Ele torna o comum em algo incomum, virando pias em santuários, restaurantes em conventos, e dias de trabalho em aventuras.


Dias de trabalho? Sim, dias de trabalho. Ele ordenou seu trabalho como algo bom. Antes que Deus deu a Adão uma esposa ou filho, até antes que ele o vestiu, Deus deu a Adão um trabalho. “O SENHOR Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.” Gênesis 2:15 (NVI). Inocência, não indolência caracterizou a primeira família.


Deus vê o trabalho como merecedor do seu próprio mandamento: “Trabalhe seis dias, mas descanse no sétimo...” Êxodo 34:21 (NVI). Nós gostamos da segunda metade daquele versículo. Mas, ênfase no dia de descanso pode nos levar a perder de vista o mandamento de trabalhar: “Trabalhe seis dias”. Queira você trabalhar em casa ou no mercado, seu trabalho é importante para Deus.


E seu trabalho é importante para a sociedade. Precisamos de você! Cidades precisam de encanadores. Nações precisam de soldados. Semáforos param de funcionar. Ossos quebram. Necessitamos de pessoas para concertar o primeiro e reparar o segundo. Alguém precisa criar filhos e cuidar dos filhos que são mal criados.


Seja como for que você começa o dia, quando você trabalha você imita a Deus. O próprio Senhor trabalhou nos primeiros seis dias da criação. Jesus disse “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando”. (João 5:17 NVI). Sua carreira consome metade da sua vida. Ela não devia refletir Deus? Aquelas quarenta a sessenta horas por semana não pertencem a ele também?


A Bíblia nunca promove a compulsão pelo trabalho ou o emprego obcecado como alívio para dor. Mas, Deus chama todos que estão em condições físicas a cultivarem os jardins que ele deu. Deus honra o trabalho. Então honre a Deus em seu trabalho. “Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho.” (Eclesiastes 2:24 NVI)

(Max Luccado)

21 julho, 2010

Leitura obrigatória



Recomendo!



A Bacia das Almas – Paulo Brabbo



Terminei de ler o livro estes dias e indico a todos quanto desejam ter um olhar restaurado sobre o evangelho de Cristo.



Os textos, tirados do blog do autor “ Bacia das Almas tem uma linguagem deliciosa e conduzem o leitor a uma profunda reflexão sobre o cristianismo. Um confronto delicado e direto contra toda forma de religião, que expõe hipocrisia , mitos, rotinas, crenças, sistema, vícios...



Um livro que traduziu muitos dos meus pensamentos e confrontou muito dos meus comportamentos, que me fez ter uma olhar ainda mais apaixonado por Cristo e me fez desejar viver para pregar este evangelho, longe de toda maldita religiosidade que disfarça e não resolve...



Indico como leitura obrigatória para todos quanto acreditem que o cristianismo precisa vencer a barreira do religioso.


14 julho, 2010

Amor imerecido



Quem sou eu?
Pra que o Deus de toda terra
Se preocupe com meu nome
Se preocupe com minha dor

Quem sou eu?
Pra que a estrela da manhã
Ilumine o caminho
Deste duro coração

Não apenas por quem sou
Mas porque tu és fiel
Nem por tudo o que eu faça
Mas por tudo o que Tu és

Eu sou como um vento passageiro
Que aparece e vai embora
Como onda no oceano
Assim como o vapor

E ainda escutas quando eu chamo
Me sustentas quando eu clamo
Me dizendo quem eu sou

Eu sou teu
Eu sou teu

Quem sou eu?
Pra ser visto com amor
Mesmo em meio ao pecado
Tu me fazes levantar

Quem sou eu?
Pra que a voz que acalma o mar
E acaba com a tormenta
Que se faz dentro de mim

A quem temerei?
A quem temerei?
Eu sou teu
Eu sou teu

13 julho, 2010

ENTER


Metade dos cristãos digita os próprios comandos e pressiona a tecla “enter” de Deus, na esperança de que ele comece a fazer magicamente o que querem. A outra metade digita os comandos de Deus e aperta a própria tecla “enter”, na esperança de começar a fazer magicamente o que Deus quer.



A boa nova, assustadora boa nova. É que Deus quer programadores, não usuários.



Ele espera que digitemos nossos comandos e apertemos nossa tecla “enter” e ainda assim – com toda responsabilidade, todo risco e nenhuma mágica – produzamos um mundo que promova a graça (ou seja, a beleza, o cavalheirismo e a criatividade) e honre a herança de seu idealizador.


07 julho, 2010

Entre feiticeiros e químicos, cientistas e filósofos, gramáticos e poetas...

Infelizmente o mundo continua dividido entre feiticeiros e químicos, cientistas e filósofos, gramáticos e poetas. Digo

infelizmente porque não foi sempre assim.

Houve um tempo em que os astrônomos se enamoravam pelo piscar das estrelas, os físicos acreditavam que uma linda bordadeira havia costurado o universo e os biólogos celebravam que o ser humano respirasse, mesmo tendo sido um boneco de barro.

Houve um tempo em que os jumentos falavam, as estéreis geravam filhos (extra)ordinários, os anjos matavam milhares de soldados agressores, os cajados secos floresciam e o sol parava para esperar que os mais frágeis prevalecessem na guerra.

Houve um tempo em que as fadas ajudavam as órfãs, o beijo do príncipe ressuscitava a princesa do sono, os espelhos se rebelavam para responderem com honestidade, e as crianças talhadas em madeira viravam gente.

Houve um tempo em que a metáfora reinava na literatura. A copa das árvores era um cálice verde de onde respingava o orvalho da manhã; a saudade, uma mulher que arrumava o quarto do filho que já tinha morrido; e a alma da lua se escondia na garganta do galo que soluçava seu canto na madrugada.

Houve um tempo em que falar de Deus era como suspirar, usar o olfato ou o paladar.

Naquele tempo encontrávamos o colo materno, perdido desde a adolescência. Deus era um pastor solitário que, sentado numa pedra, espiava suas ovelhas a pastar numa montanha distante; era o amante que abandonava um

harém para cortejar sua amada; era o juiz que assumia a briga dos mais frágeis; era o médico que trazia um bálsamo para aliviar a dor da alma; era o amigo que se achegava como irmão; era o rei que anunciava a chegada de uma nova ordem; era o pai que educava seus filhos para uma existência madura e autônoma.

Houve um tempo em que se liam os textos sagrados com reverência. Diante do duvidoso, o mortal tremia; diante do sagrado, o pecador temia; diante do infinito, o finito se perdia, diante do eterno, o humano se encolhia.

Lentamente, teólogos e exegetas, cientistas e técnicos, gramáticos e lingüistas, minaram os sonhos e as fantasias dos meninos, esvaziaram a verdade dos poetas, quiseram explicar o mistério, captar a verdade, sistematizar Deus,

dissecar o poema e criticar a alegoria. E conseguiram! Eles exilaram os magos que correm atrás das estrelas; sumiram com os profetas alucinados que falam de rodas de fogo no céu; queimaram as mulheres que sentem no corpo o êxtase do divino. No ímpeto de explicar o impossível e mapear os rumos do Espírito, esses assassinos da beleza deixaram o mundo mais pobre, a fé mais segura, a oração menos incerta — e Deus ficou pequeno.

Agora, quando se precisar de milagre, pode-se dispor de hábeis evangelistas que ajudam a abrir as janelas do céu; quando houver dúvidas, pode-se comprar exaustivos manuais sobre Deus; quando a vida parecer ameaçadora, é possível domesticá-la, contratando profetas de aluguel.

Minha alma, porém, anseia pela poesia que me abandone reticente; pela prosa que me ferva o sangue; pela ficção que me comova as entranhas; pelo drama que me arrepie a pele; pelos personagens que saltem dos palcos para

encarnar em mim.

Sinto que Deus ainda vive no sonho das crianças; ainda habita onde reside a musa do poeta; ainda se revela no desejo do profeta; ainda se move além do horizonte utópico do guerreiro. Sinto que sua habitação fica no vazio, no nada, e que sua glória se esconde numa nuvem espessa e ofuscante. Sinto que posso perceber sua verdade no desconhecido absoluto e, no inaudível, escutar sua voz. Sinto que Deus é vento imperceptível, verdade diáfana e mistério espantoso.

Portanto, morro para o anseio de fazer análise sintática ou crítica textual dos textos sagrados.Já não invejo os apologetas, só quero que me devolvam o que roubaram de mim: a alma dos poetas, o coração dos meninos e a leveza dos bailarinos.

(By Ricardo Gondim)

02 julho, 2010

Sobre Copa e Corpo



Acho que nesta sexta o país inteiro sentiu a derrota da seleção na pele...


E eu... percebi algumas coisas “de copa” que jamais tinha notado antes...



Particularmente, sempre achei um porre jogos de futebol, mas me empenhei em assistir muitos jogos nesta copa, avaliar o futebol de cada nação, acompanhar resultados, comentários, particularidades, manias... enfim... não que tenha me tornado expert em copa, mas, estava bem por dentro do assunto.



E notei que a Copa é um dos poucos, pra não dizer único evento que move o país de uma forma diferente! As pessoas se reúnem para assistirem e torcerem juntas, há um mesmo coração entre todos os brasileiros, uma mesma ânsia, um mesmo desejo... Um mesmo sonho.



A maioria das pessoas discordam em vários pontos sobre quase tudo o que envolve futebol, discordam dos jogadores escalados, das técnicas , das táticas de jogo, da arbitragem, dos horários, discordam sobre técnico, sobre capitão... discutem, comentam, apontam... mas, estão todas ligadas ao mesmo sonho: Ver o Brasil vencer!!!!



Acho que toda essa ligação que encontramos com todo o resto da nação nestes dias de campeonato deveria semelhante ao que deveríamos sentir no corpo de Cristo. Deveríamos nos unir para ver a coisa acontecer, deveríamos sonhar os mesmos sonhos, nos animar a não aceitar um placar desfavorável, deveríamos ter este mesmo coração.



Nossas diferenças, nossos opiniões sobre todas as coisas deveriam ser caladas quando nosso objetivo estivesse em campo.


Da mesma forma que somos um com o Brasil na Copa... Somos um com Cristo no mundo!


Da mesma forma que comemoramos juntos e nos alegramos com os gols e vitórias do Brasil, deveríamos comemorar e nos alegrar com cada vitória do Corpo. Da mesma forma que usamos verde, amarelo, bandeirinhas e apitos para uniformizar nossa torcida, deveríamos entrar em consenso sobre nossos acessórios de incentivo ao time “corpo”, deveríamos vestir a camisa e lutar pelo avanço da “EQUIPE”.



Todos nós de forma mais ou menos notável nos entristecemos com a derrota dos nossos meninos lá na África. Mas, será que temos o mesmo sentimento quando o Corpo se machuca?



Assim como torcer pela nossa seleção é natural e espontâneo, porque somos brasileiros, torcer e cuidar do Corpo deveria ser nosso natural estilo de vida. E deveríamos nos cobrar bom desempenho assim como cobramos gols das estrelas que nos representam em campo. Eles foram escalados pelo Dunga, que uns apóiam, outros criticam... Mas, a seleção do Corpo foi feita por um técnico Perfeito, fomos escalados pelo Rei dos Reis. Eles lutam por um troféu, nós por almas. Eles lutam contra nações, nós contra o inferno. Eles pelo Brasil, nós por Cristo...



Minha oração hoje é que o Espírito gere em nós essa garra, essa ânsia, essa unidade e mais... revele-nos a cada dia o quanto importa perder a vida por amor de Cristo, o quanto importa jogar neste time...



O Brasil nunca teve certeza de nenhuma vitória, porque depende da habilidade de seus jogadores, nós, ao contrário, já temos plena convicção da vitória, porque a vitória já nos foi dada antes mesmo de desejarmos lutar!



É... a copa me ensinou muito...!!!*