Abutres

Relembrando uma antiga meditação....

Abutres...

Imagine a cena...

Um homem, andando pelo deserto há quase 3 dias sem alimento e sem água.... A certo ponto de sua jornada, ele olha para o céu e vê um bando de abutres sobrevoando sua cabeça... Sabia muito bem o que o esperava se não fosse socorrido. Estava prestes a se tornar “isca de abutres”

Refletindo um pouco sobre esta cena, podemos notar que a atitude dos corvos faz lembrar como a atitude dos peritos em conselhos autonomeados se comportam com as pessoas que sofrem.

Pensando mais a respeito disso, tomei penosamente consciência de que eu também tinha inclinação para pensar, falar e agir com essa mesma natureza desagradável de abutre. Percebi minha tendência humana de analisar e julgar os outros baseado em minhas noções preconcebidas e pude me convencer do quanto preciso desesperadamente da sabedoria de Deus

O conselho que os abutres dão fazem me lembrar uma história relatada em um livro:

“ Um homem que estava viajando numa Cia aérea que servia refeições. Quando ele abriu sua bandeja encontrou em cima da salada uma barata enorme. Ao chegar em casa escreveu uma carta indignada ao presidente da empresa. Poucos dias mais tarde chegou uma carta do presidente via remessa especial. Ele era todo desculpas. “ Esse foi um incidente raro, mas não se preocupe. Quero assegurar-lhe que o avião em que viajou foi dedetizado. De fato,todos os assentos, cortinas e tapetes foram tirados. Tomamos medidas disciplinares contra a aeromoça que lhe serviu esta refeição e ela pode ser até demitida. É bem provável que o avião seja mantido fora de serviço. Posso assegurar-lhe que tal coisa jamais se repetirá. E confio que continuará conosco.”

O homem ficou tremendamente impressionado com a carta até que notou uma coisa. Por acaso, a carta que escrevera tinha ficado presa nas costas da carta do presidente. Quando olhou a sua carta, viu uma nota no final da mesma que dizia “ Responder com a fórmula usual da barata.”

Quando as pessoas encontram-se em dificuldades, lutando contra certas circunstancias ou até mesmo machucadas por estas, a ultima coisa que elas precisam é uma preleção de um “abutre” que lhes de a resposta da “formula usual da barata” ás suas perguntas sobre “justiça”

Os três amigos de Jó não sabiam o que estava realmente acontecendo com ele, durante vários dias eles o rodeavam em silencio,observando os movimentos de Jó, até que um dia, Jó não agüentou mais e começou a falar irracionalmente , amaldiçoou o dia em que nascera e expos arrogantemente seus temores. Era isso que aqueles abutres queriam. Cada um pregou por sua vez ao homem abatido. Eles o acusaram de pecado, acumulando condenações sobre sua forma curvada.

Da mesma maneira, os abutres modernos são atraídos pelas pessoas vulneráveis. Como “abutres” vamos questionar a fé possuída por outros, quando forem oferecidas orações pedindo cura. Sem perceber os abutres ameaçam os indivíduos doentes e emocionalmente perturbados com teologia opinosa, e essas doutrina só serve para piorar a situação.

O único substituto da sabedoria é o silencio!

A pessoa que se ajustou a justiça de Deus em meio a magoa mais profunda, sente-se confortável com o silencio.Ela é econômica nos conselhos e não oferece chavões piedosos. Não fica chocada quando a outra pessoa fala ou age com desespero. Não tenta argumentar ou raciocinar com um individuo que esta lutando com Deus. Aguarda pacientemente o momento adequado e fala somente o que for conveniente, todavia sempre sedenta de mais crescimento em Cristo.

No livro “ Como consolar os que Sofrem”, podemos encontrar algumas sugestões práticas:

1- Seja agressivo em oferecer ajuda. Não se aproxime de alguém que esta sofrendo e diga “ Se eu puder fazer algo, me fale”, isso cria responsabilidade ao invés de aliviar...Em vez disso ofereça coisas especificas: “ Amanhã seria um bom dia para eu vir limpar a sua casa?” ou “O que vc quer do supermercado?”...

2- As tentativas de ajuda podem ser negativas caso realize tarefas que considere indesejáveis, ao invés disso, use seus dons e talentos, avalie o que vc pode e gosta de fazer e misture com criatividade...

3 – Seja sensível às necessidades reais de quem sofre. É por exemplo um mito que a pessoa que sofre precisa constantemente de companhia... Quando visitar esta pessoa, resista a tentação de dizer alguma coisa profunda, a não ser que lhe peça conselho. Acima de tudo não fale alem de sua própria experiência. Dizer a alguém que tudo vai acabar bem sem conhecer as profundezas das dificuldades dela é uma declaração vazia. Pense cuidadosamente antes de proferir versículos bíblicos e se o que vai dizer ira comunicar consolo ou condenação.