28 setembro, 2010

Qualidade de Vida

Estamos em SIPAT aqui na empresa... E o palestrante do dia falava a cerca de “Qualidade de vida”. Em meio a todas aquelas coisas que já se imaginava ouvir como: dormir bem, cuidar da saúde, cuidar do emocional, bla bla bla, bla bla bla...surgiu no triangulo do equilíbrio físico x mental x social mais uma ponta, que referia-se ao espiritual... e ai que a vaca foi pro brejo.

O camarada quis tomar uma posição imparcial, e colocou a tal da espiritualidade que ele definia como reconhecer um “ser superior” e priorizar a própria vida, ou seja, estar bem consigo mesmo. WAW! E ainda acreditou que estava falando algo legal!


Esse negócio me deu uma certa inquietação. É isso que a nova medicina e os novos padrões de “qualidade de vida” tem pregado por ai. Basta você ser controlado em seus atos, moderado em suas emoções, dedicado ao seu trabalho, consciente de que ele por si não te traz satisfação, então, você inclui na receita boas horas de lazer, começa a crer em qualquer deus por ai, porque afinal o que interessa é você se sentir bem com este deus que escolheu crer e pronto! Qualidade de vida garantida!


Esse fulano, que trabalha em uma respeitada instituição aqui em São Bernardo, o Bezerra de Menezes, ainda divulgou que trabalha com inúmeros pacientes que sofrem das mais diversas perturbações mentais e opressões... muitos dos quais já tentaram suicídios e tem vivido essa vida de desequilíbrio, como ele mesmo sugeriu.


O que esta sendo tapado com este monte de comichões que agradam aos ouvidos, mas não tem poder de mudar a vida de ninguém é que existe um único Deus, que não se molda ao nosso estilo, que não varia conforme o gosto de cada um e que não pode ser traduzido em um remédio de bem estar pra alma. O que esta sendo encoberto é que há salvação e libertação de todas estas doenças e opressões e insanidades fora dos hospitais psiquiátricos, o que está sendo modificado é o evangelho de Cristo. O que não se fala é que Ele levou sobre si as nossas enfermidades e se fez maldito para que fossemos libertos de todas as maldições, o que não se entende é que as feridas que Ele levou sobre si foram mais que suficientes para curar toda esta terra... o que nenhum psicólogo diz é que Nele somos completos, Nele somos saciados, Nele somos preenchidos, Nele somos aperfeiçoados e somente por Ele teremos vida e vida em abundancia.


O que me choca é que muitos ainda se deixam levar por estas babaquices de qualidade de vida. Qualidade de vida se tem em Deus! Ele tem qualidade e plenitude para nos oferecer, Ele tem o equilíbrio emocional, físico e social que precisamos. Alguém tem que dizer que um casamento estável e uma vida profissional realizada não trazem equilíbrio! Alguém tem que gritar que dinheiro e sucesso não atraem a eternidade e nem nos livra das opressões e prisões.


Todas as coisas foram criadas por intermédio Dele e sem Ele nada do que foi feito se fez; Ele é o inicio e o fim... Ele é a resposta! Ele é o Caminho, Ele é a Verdade e Ele é a Vida!!!!


Conscientizemo-nos, não existe vida sem Cristo. Busquemos Aquele que de fato tem poder para nos salvar e nos manter seguros!!!!

02 setembro, 2010

Chamados para incluir...

Chamados para INCLUIR!!!

“ Não tenho prata e nem ouro, mas o que eu tenho te dou...”

Viver é administrar critérios, e critérios correspondem, grosso modo, às distâncias que estendemos entre nós mesmos e os demais. Num sentido muito profundo, sentimos que somos definidos pelos nossos critérios; efetivamente cremos que somos a soma das distâncias que estabelecemos entre nós e cada outro que povoa o nosso universo.

E não se trata apenas aquilo que sentimos que somos. Os critérios não apenas nos definem e nos protegem; na prática, tudo que acumulamos, realizamos e “construímos” ao longo da vida é fruto direto de nossa habilidade de gerenciar, articular e manipular as distâncias que nos distinguem dos demais.

Desde a infância somos ensinados não apenas a celebrar essas distâncias, mas a usá-las continuamente em nosso favor. Os mais jovens são ensinados a usar sua juventude contra os mais velhos, e os velhos sua experiência contra os mais novos; os talentosos usam seus talentos de modo a invalidar os medíocres, e os medíocres imitam com sucesso o talento quando percebem o quanto é fácil vender a mediocridade.

Os livros que prometem “Como ficar rico em pouco tempo” limitam-se a ensinar descaradamente o que todos fazemos em oculto: comece com uma pequena distância, um pequeno diferencial que o distinga da massa, e use/manipule os critérios dos outros de modo a transformá-la numa grande distância. Enriquecer e fazer fama não são outra coisa que consolidar a distância entre nós mesmos e os outros, e o mundo não faz outra coisa senão dizer que isso é uma coisa boa e desejável.

O mundo dos homens está finamente equilibrado sobre essas colunas de sensatez, mas de vez em quando caminham entre nossas pernas gigantes incômodos que invalidam por completo nossos critérios, e fazem isso basicamente ignorando-os. São gente minúscula e, segundo os critérios deste mundo, desprezível – mas em sua gentil insubmissão são inteiramente capaz de derrubar-nos dos terraços que construímos para nossas pretensões.

Sócrates foi um desses e Gandhi foi um desses, mas de modo geral gigantes desse porte não deixam herança, e essa sua infertilidade representa a tranquilidade do mundo e nossa paz. Nesse sentido, a singularidade do Filho do Homem e sua espada residem em ter colocado em movimento um reino vivo e sem fronteiras, habitado por gente comum, definido precisamente pela disciplina da inclusão. O avanço sem impedimentos desse movimento representaria a ruína do mundo como o conhecemos, porque a disciplina da inclusão está fundamentada no completo abandono daquilo que o mundo toma por absolutamente fundamental: nossos critérios, e com eles as distâncias reais e imaginárias que representam.

Pedro e João, incrivelmente, são agora portadores dessa contaminação e representantes dessa ameaça. Sua missão não é, como a de todos os homens, a de acentuar as distâncias e diferenças entre si mesmos e os outros, mas precisamente o oposto.

Os colonos do reino são eliminadores de distâncias, e isso retêm em comum com o seu Desbravador. É por isso que sua primeira medida prática, como vimos, foi diluir num esforço distributivo radical as falsas distinções projetadas pela riqueza. Agora, muito claramente o dinheiro não tem como se interpor no caminho da sua missão. “Não tenho prata nem ouro”, eles professam – e é absolutamente afortunado que seja assim, porque o dinheiro é a coisa mais barata que se pode dar a qualquer um.

Se fosse diferente – se Pedro e João de fato tivessem prata e ouro para consolar a sua consciência e a necessidade do homem na porta do templo, nenhuma distância estaria sendo eliminada. Ao contrário, o espaço imaginário que os distinguia/separava daquele homem só teria sido acentuado, como acontece conosco quando pensamos que há verdadeira generosidade em estender uma moeda a quem quer que seja.

Os habitantes do reino, no entanto, estão inteiramente preparados a ter nada a perder, de modo a terem constantemente tudo a oferecer. Quando estendem a mão ao homem necessitado, Pedro e João estão sem exagero dando tudo que tem e que são. De fato, “o que tenho lhe dou”: completa aceitação, completa fraternidade, completo equilíbrio de recursos e de forças. A comunhão de que desfrutam entre si, dois homens estendem sem reservas a um terceiro. Tomam-lhe pela mão e com isso lhe dizem: “você não é um homem que vive de esmolas; a distância que os outros estabeleceram para proteger-se da sua condição é uma farsa. Você é um ser humano; você é um de nós”.

E ficará provado que, uma vez que deixamos de fazer a distinção, ela deixa simplesmente de existir. A graça da inclusão se comunica sem critério de um vaso a outro, e onde todos estão cheios não há distância a ser coberta.

(copiado do Bacia das Almas)